terça-feira, 10 de abril de 2012

Perguntas sobre Bilínguísmo: A Sandbox Responde



Que diferenças há no processo de aprendizagem e na aquisição cultural que a Sandbox™ oferece na imersão em inglês?

A inserção da criança num ambiente com elementos culturais diversificados já é um fator enriquecedor do currículo, o que valoriza a pluralidade cultural e, diante de uma realidade globalizante, prepara as crianças para atuarem como cidadãos do mundo. Crianças no programa de imersão bilíngüe Sandbox™ encontram duas diferentes abordagens na metodologia de seu dia escolar, e a criança bilíngüe logo aprende como lidar com as duas situações com poucas intervenções e a aplicar esse mecanismo para os seus professores e o seu ambiente. Neste ambiente de aprendizagem focado em duas línguas, a criança aprende progressivamente, durante o desenrolar dos períodos escolares, a usar adequadamente a língua específica e as respostas culturalmente apropriadas, o que enriquece suas experiências de aprendizagem.  

Como se dá o processo de aprendizado de uma segunda língua? A criança entende antes de falar?

Pesquisas indicam que há um desenvolvimento seqüencial consistente na aquisição de uma segunda língua por crianças. Primeiramente há um período no qual a criança continua a usar sua língua nativa nas situações da segunda língua. A seguir, a maioria das crianças entra num período não-verbal ou de "silêncio". Depois disso, as crianças começam a usar frases "telegráficas" e "frases feitas" na segunda língua. Finalmente, as crianças começam a produzir frases mais completas na segunda língua.

Durante o período de "silêncio", elas estão trabalhando ativamente na compreensão e no sentido da segunda língua. Elas observam e ouvem com atenção a professora e as outras crianças que usam a segunda língua. Os professores da Sandbox, então, estabelecem rotinas e planejam atividades de construção e repetição, de forma de que a criança possa progressivamente ir se tornando familiar com a segunda língua. Durante o período "silencioso", as crianças utilizam também linguagem não-verbal, como gestos e mímicas, para se comunicar na segunda língua. Gradualmente, elas começam a "investigar" a segunda língua, repetindo os sons que elas ouvem à sua volta.

Da mesma forma como quando aprenderam a primeira língua, as crianças usam a linguagem "telegráfica", ao começar a usar a segunda língua. Esses enunciados tendem a conter uma série de palavras que a criança já aprendeu. Exemplos comuns de linguagem telegráfica incluem identificar os objetos da classe ou, no caso de crianças maiores nomear e recitar as letras do alfabeto, por exemplo.

"Frases feitas" surgem depois de a criança ter memorizado frases inteiras que elas ouviram de seus professores e colegas. Frases feitas ou "pré-formuladas", como também são chamadas, são muito úteis por permitir às crianças interagir em situações de brincadeiras com falantes de segunda língua. Frases como "I want to play with you" ou "May I have a…" são exemplos de como as crianças compreendem e adquirem significados para se comunicar na segunda língua.

Após o período de frases pré-formuladas, se inicia uma linguagem mais elaborada, quando a criança começa a desenvolver um entendimento da sintaxe e da estrutura gramatical da língua (o que não significa que neste estágio a criança conheça as regras de sintaxe ou a nomenclatura gramatical, mas sim que já estabelece um método para usá-las). Através da comparação e da ampliação ou abandono das frases pré-formuladas e, juntamente com o desenvolvimento e a aplicação das regras da sintaxe da língua, as crianças da Sandbox, aprendizes de uma segunda língua, chegam a um controle na produção da nova língua. Elas iniciam, então, seus próprios novos usos da segunda língua e progridem a partir daí, ampliando o vocabulário e as estruturas gramaticais.

Quanto tempo as crianças levam para se expressarem na segunda língua?

A Sandbox oferece um ambiente significante em que os alunos percebem a importância de usar a segunda língua. Dessa forma, é de grande valor iniciar a criança no uso da segunda língua, o mais cedo possível, a fim de aumentar o grau de proficiência. Como em todo o processo de aprendizagem, existem diferenças individuais de como cada criança progride no desenvolvimento seqüencial da aquisição da segunda língua. Quando uma criança percebe que ela não pode ou não deve falar sua língua nativa no período de aula da segunda língua, este é o ponto em que ela irá se decidir a fazer um esforço para a aquisição da segunda língua. A motivação desempenha um importante papel na aquisição da segunda língua, mas somente a exposição, logicamente, não é suficiente. Querer se comunicar com pessoas que falam aquela língua é crucial para que a aquisição ocorra.

Entretanto, há enormes diferenças individuais entre as crianças, e também entre os adultos, e o quanto e como o aprendizado da segunda língua é efetivado. Essas diferenças são baseadas em como cada aprendiz se apropria de uma nova língua, das estratégias empregadas e das características dos indivíduos envolvidos. De um modo geral, crianças que estão verdadeiramente interessadas em aprender a se comunicar na segunda língua, que procuram oportunidades para ouvir e usar a nova língua e que se sentem confortáveis nas situações de interação social, tendem a progredir mais fácil e rapidamente no aprendizado da segunda língua. Por outro lado, crianças que rejeitam a segunda língua e se isolam de falantes da segunda língua, não irão, logicamente, fazer um progresso similar em sua aquisição. Dessa forma, valorizar a segunda língua, dando oportunidades para que a criança a use, não somente na escola, como em casa com os pais, familiares e na sociedade sempre que possível, proporciona melhores oportunidades para aquisição do segundo idioma.

A maioria das crianças que estão se iniciando no aprendizado da segunda língua começa a usar linguagem telegráfica e frases pré-formuladas depois de alguns meses. Uma produção mais elaborada, provocada pelas diversas oportunidades de uso, em geral aparece durante o final do ano letivo e no ano seguinte à entrada da criança na Sandbox. Entretanto o grau de aquisição varia muito entre as crianças.  


Quais as expectativas que se deve ter das crianças de educação infantil no processo de aprendizado bilíngüe do Programa Sandbox™?

Crianças aprendem uma língua através das interações sociais vivenciadas e constroem o seu sistema lingüístico a partir da linguagem que ouve do adulto e de outras crianças falantes. Elas aprenderão uma segunda língua, usando-a. Quanto maior sua exposição, maior será a velocidade de aquisicção. No início, irão memorizar algumas frases e palavras na segunda língua. Algumas crianças começam a tentar falar, cometendo erros, como parte do processo de construção. Umas levam algum tempo, outras um tempo maior, antes de se expressarem na segunda língua, mas uma vez prontas, falam e cometem menos erros. As expectativas dos pais devem contar com alguns meses para que o processo apresente os primeiros sinais de produção lingüística.
         

Como se desenvolverá o processo de alfabetização? Em que língua as crianças serão alfabetizadas?

As crianças aprendem a ler somente uma vez, preferencialmente na língua materna, que é, para ela, a língua dominante. Mas essas habilidades, assim como as tentativas de registro de suas idéias são transpostas para a segunda língua, quase que concomitantemente. Ler não é simplesmente um ato de decodificar, mas dar significado ao que se lê. É certo que as crianças precisam associar certos mecanismos fônicos para melhorar seu desempenho na leitura e escrita, porém as palavras só têm sentidos em enunciados e textos que dêem significados às situações. São os sujeitos em interações singulares que atribuem sentido à linguagem. Essas interações ocorrem também na segunda língua e os registros fazem parte desses intercâmbios sociais. É a partir desse contato que as crianças começam a elaborar hipóteses sobre a escrita; e este processo é antes de tudo, de natureza lógica, de como as crianças começam a compreender a forma pela qual a escrita alfabética em cada língua, representa a linguagem e o significado, que é comum às duas línguas.  

Como as crianças transferem conceitos de uma língua para outra?

Ainda que nem todos os aspectos de uma língua, como regras da gramática e a formação das palavras, sejam transferíveis de um língua para outra, sabemos que o sistema de significados, conceitos e habilidades que o aluno possui podem ser prontamente intercambiáveis entre línguas. Uma vez que a criança possui um determinado vocabulário e determinadas estruturas da língua, não haverá problema para transferir os conceitos aprendidos de uma língua para outra.  

Como o progresso de uma criança será comparado ao de outra criança de sua idade que não está no programa de imersão Sandbox™?

Durante o processo de educação bilíngüe de nosso programa, haverá momentos em que nossos alunos podem estar à frente, um pouco atrás ou juntos com aqueles que não estão no programa de imersão. Pesquisas indicam que essa diferença é somente temporária e superadas com vantagens pelo ganho da auto-estima e da capacidade de raciocínio, comprovados por pesquisas, que advêm do aprendizado da segunda língua.  

Se nenhum dos pais fala a segunda língua, isto irá afetar o aprendizado da criança?

O Programa Sandbox™ oferece um suporte suficiente à aquisição da linguagem de forma que, ainda que os pais não falem a segunda língua, isto não será um problema. Dessa maneira, os pais podem ajudar, fazendo perguntas às crianças, mostrando interesse e envolvendo-se no aprendizado delas. É importante que os pais não sejam exigentes demais e nem cobrem das crianças suas habilidades na segunda língua. Cada criança tem seu próprio tempo e maneiras de aprender, por isso comparações com outras crianças devem ser evitadas.  

Bibliografia

BAKER, Colin (1996). Foundations of Bilingual Education and Bilingualism. 2nd edition. Clevedon: Multilingual Matters Ltda.

GENESEE, F. (Ed.) (1994). Educating second language children: The whole child, the whole curriculum, the whole community. New York: Cambridge University Press.

GENESEE, F. (1987). Learning through two languages: Studies of immersion and bilingual education. Boston: Heinle & Heinle Publishers.

GROSJEAN, F. (1982). Life with two languages: An introduction to bilingualism. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press.

TABORS, Patton O (1997). One Child, Two Languages: A Guide for Preschool Educators of Children Learning English as a Second Language. Cambridge, Massachusetts: Brookes Publishing Cº.
 

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